Nasci numa família, criei outra, mas tenho também mais umas formadas a partir do coração. Pessoas que se oferecem generosamente, que são colo, casa, aceitação, entendimento, riso, amor incondicional. Pessoas a quem me ofereço.
Talvez a mais importante dessas sejam estes homens e mulheres que rapam o cabelo e vestem de castanho. Seguem uma vida de renúncia material, que lhes traz calma, bondade e alegria nos corações.
Desta vez fui motorista de uma visita a Sintra.
Para mim é tão natural andar com eles, como com qualquer pessoa vestida de ganga, mas para as centenas de turistas com quem nos cruzámos fizeram parte da atracção.
Mas também tenho a família das maravilhosas amigas que me oferecem conforto infinito. Todas gentis, doces, generosas.
Já a família de nascimento e a que criei temos a ligar-nos o sangue, os ancestrais, padrões que se repetem. E certamente por isso, da minha parte, há sempre uma enorme vontade de estar perto, proteger e ser protegida.
Mas é incrível como apesar da origem temos maneiras de ser, de estar, gostos, percursos e histórias tão diferentes. Espanta-me os caminhos díspares que os membros de uma mesma família podem tomar.
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