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Hoje exerço o meu poder de escolha

Hoje sinto-me feliz e tranquila.

Ontem pela primeira vez consegui caminhar um pouco na imensa natureza que me circunda. Levei comigo todas as raivas e ódios que me permiti ir lendo, ouvindo e até recebendo na caixa de correio.

Disse-me mais uma vez: Não tu NÃO podes estar agarrada ao PC a ver o que as pessoas dizem e não dizem, o que os jornais dizem e não dizem, a indignar-te, revoltar-te, ripostar. Isso só faz uma coisa: Destruição. É desse lado que queres estar? Desse lado que não gostas? É que se não queres estar desse lado tens que sair dele. Para teres o que queres tens que te nutrir do que queres.

Foi difícil acalmar a mente. Sentei-me à beira lago, meditei, respirei alto e bom som, estirei meridianos, rodei articulações e de volta a casa deixei de fora o que não servia. Hoje sinto-me bem melhor.



Tenho esta imensa sorte de o meu jardim ser a barragem e ter 9 km em volta que quase ninguém frequenta, normalmente sou só eu, os pássaros e os peixes.

De repente pensei que quem vive num apartamento e não tem varanda, terraço ou jardim, toma a internet pelo seu mundo, pelo seu imenso quintal. Eu respiro ar puro e essas pessoas respiram o que lêem e ouvem. O ar puro cura (a poesia, o romance, a arte também), os rasgos de ódio e de confusão que se vêem na Internet adoecem.

Mas também se pode ter um jardim lindo e só usar o quintal electrónico e também se pode não ter ar livre e pôr a cabeça à janela, ou pegar nas pernas ou no carro e ir até um descampado não muito longe, ou navegar nas palavras dos poetas, nos sons dos cantores, nas ideias dos filósofos, na sabedoria ancestral que ensina as artes da cura, do amor, da libertação.

Hoje sinto-me feliz e tranquila porque hoje estou a exercer o meu poder de escolha.

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