Nasci numa família, criei outra, mas tenho também mais umas formadas a partir do coração. Pessoas que se oferecem generosamente, que são colo, casa, aceitação, entendimento, riso, amor incondicional. Pessoas a quem me ofereço. Talvez a mais importante dessas sejam estes homens e mulheres que rapam o cabelo e vestem de castanho. Seguem uma vida de renúncia material, que lhes traz calma, bondade e alegria nos corações. Desta vez fui motorista de uma visita a Sintra. Para mim é tão natural andar com eles, como com qualquer pessoa vestida de ganga, mas para as centenas de turistas com quem nos cruzámos fizeram parte da atracção. Mas também tenho a família das maravilhosas amigas que me oferecem conforto infinito. Todas gentis, doces, generosas. Já a família de nascimento e a que criei temos a ligar-nos o sangue, os ancestrais, padrões que se repetem. E certamente por isso, da minha parte, há sempre uma enorme vontade de estar perto, proteger e ser protegida. Mas é incrível como apesar da o...
60. Isso mesmo, é este o número de anos que completo hoje. Pensei que para o comemorar gostaria de ter uma sessão fotográfica para mostrar como uma mulher de 60 anos pode ter um corpo bonito e continuar sensual. Mas acabei por passar o aniversário num local onde não é pressuposto mostrar sequer as curvas, quanto mais o corpo. Sim, a sensualidade e a beleza são maravilhosas e inspiradoras, mas são muito pouco comparadas com um coração cheio de amor, de paz, de bondade e de generosidade. A vida como sempre encaminhou-me para o melhor sítio, aquele onde o mais importante é o coração e o corpo é para ser mantido saudável para que possamos seguir o nosso caminho evolutivo, em direcção a um estado de plenitude total. Continuo a gostar de me sentir bem neste corpo, mas o que me enche mesmo o coração é esta generosidade sem fim, este mundo para lá do material, este amor bondoso – Metta é como se chama por aqui a este tipo de amor que deseja exclusivamente bem a tudo e a todos. Que todos possam...